(...) "Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto". (Verde lagarto amarelo - Lygia Fagundes Telles)
terça-feira, 20 de outubro de 2009
Dor-ivaldo
Para Dorivaldo Zambrim (in memoriam)
Visto a utopia estranha
De trazê-lo para cá,
Gerar em minhas entranhas
Um pai benfeitor, quiçá.
Um pai para consagração,
Pois se foi e nem viu
Minha primeira menstruação,
Meu primeiro namorado viril.
Um pai à prestação,
Pois se foi sem dizer tchau,
Nem deixou pensão,
Só uma saudade unilateral.
Hoje senti uma falta danada.
Chorei muito no banho,
Foi como uma engasgada
Com um sentimento tamanho.
Agora dos vermes és o pai,
E fétido em demasia,
Mamãe friamente o trai,
Para mim, ainda é poesia.
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7 comentários:
Uma elegia assaz bela,
certamente o Sr. Zamprim tem muito orgulho da filha que possui...
Continue exercitando sua escrita, vc é muito boa!
abraço!
Tati...vc respira poesia! é maravilhosa em tudo q faz!!! te amo minha irmã...beijinha :)
Você éé muitoo boa! gata..hahaha
Minha Poetisa..
amo você s2
O modo como escreves é fabuloso!
As rimas se encaixam como se nada as impedisse... como se cada risco ( ou tecla ) sempre se aderisse!
Sou novato por aqui nesse blog seu...
Mas de certeza a certeza sou teu fã - ou fã teu!
abraços
sucesso
chorei, realmente nao entendo de métrica estrutra e tals, mas realmente, perfeita
Olá Tatiane!
Saudações Literárias...
Parabéns! Muito bom o espaço.
Sempre que puder voltarei.
Abraços de Luz.
Visite o ILUMINANDO A VIDA.
Adorei suas poesias e seu blog...
Parabens..
www.comidadibutequim.blogspot.com
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