(...) "Com a ponta da língua pude sentir a semente apontando sob a polpa. Varei-a. O sumo ácido inundou-me a boca. Cuspi a semente: assim queria escrever, indo ao âmago do âmago até atingir a semente resguardada lá no fundo como um feto". (Verde lagarto amarelo - Lygia Fagundes Telles)
sexta-feira, 4 de setembro de 2009
Dezessete do sete
Em seu aposento,
Toda libidinagem
Até o gargalo
E tudo que não convém,
No ralo.
Todo másculo, enérgico,
Abrasador.
E ativado meu carpelo,
Em carícias pungentes,
Pousa pêlo no pêlo.
Um corpo assaz,
Vertendo sem cessar,
Seja mordaz comigo!
Faça desse corpo descarnado
Teu abrigo.
Mas se eu alavancar
E der a cara a tapa,
Quem concederá aval?
E no âmago,
És pavoroso ou celestial?
Mando-te uma orelha,
O que for, aceito.
Resguarda-me, depois solta.
Espero.
Que horas você volta?
Espon-tânia
(Para Tânia Maria Zambrim em sua 25ª Primavera)
Sinta no meu abraço magro,
Este meu afeto, antes vago.
Que escondi no estômago,
Que escondi no armário.
E fica a lembrança,
Você lava a louça, eu enxugo.
Você descasca a laranja,
Eu chupo.
Em meio a telenovelas,
Tombos e porradas,
Quando você chora, irmã,
Fica linda, fica rosada.
Obrigada por ter me guiado
Com sua mão branquinha
E por ter me ensinado
Colar o absorvente na calcinha.
Perdoe-me por ter crescido,
Por ter riscado suas bonecas.
Você virou uma moça bacana
E eu te amo, minha mana.
Amor,
Tatiane.
Assinar:
Postagens (Atom)