sexta-feira, 4 de setembro de 2009



Dezessete do sete


Em seu aposento,
Toda libidinagem

Até o gargalo

E tudo que não convém,

No ralo.


Todo másculo, enérgico,

Abrasador.

E ativado meu carpelo,

Em carícias pungentes,

Pousa pêlo no pêlo.


Um corpo assaz,

Vertendo sem cessar,

Seja mordaz comigo!

Faça desse corpo descarnado

Teu abrigo.


Mas se eu alavancar

E der a cara a tapa,

Quem concederá aval?

E no âmago,

És pavoroso ou celestial?


Mando-te uma orelha,

O que for, aceito.

Resguarda-me, depois solta.

Espero.

Que horas você volta?


Espon-tânia

(Para Tânia Maria Zambrim em sua 25ª Primavera)


Sinta no meu abraço magro,

Este meu afeto, antes vago.

Que escondi no estômago,

Que escondi no armário.


E fica a lembrança,

Você lava a louça, eu enxugo.

Você descasca a laranja,

Eu chupo.


Em meio a telenovelas,

Tombos e porradas,

Quando você chora, irmã,

Fica linda, fica rosada.


Obrigada por ter me guiado

Com sua mão branquinha

E por ter me ensinado

Colar o absorvente na calcinha.


Perdoe-me por ter crescido,
Por ter riscado suas bonecas.
Você virou uma moça bacana

E eu te amo, minha mana.




Amor,

Tatiane.