sexta-feira, 22 de maio de 2009





Anísia 

Mãos cruzadas, serenas,
A face lânguida,
Nem branca, nem morena.
Foi-se em uma célere partida.
E meu coração melindroso,
Sente o revés do gozo.

Tenho andado triste, querida.
 

Arrancastes um braço meu.
E a varanda de sua casa,
é a varanda mais triste.
Volte, passe-me o Merthiolate que arde
 

E sua doce escassez de alarde.

Oito vezes mãe,
Mais vezes avó,
Bisavó, pouquíssimas.
E de domingo dói o dobro.
No peito, um imenso nó.
 

Por que nos deixastes, avó?

Infarto agudo do miocárdio,
Eu odeio surpresas.
Adeus Dona Anísia.